É, pequeno. Tem um tempo que não sento para escrever aqui.
Mas não poderia deixar de registrar algumas nuances de sua personalidade - que, acredito eu, já tenha vindo com você, no pacote deste raro e encantador presente da vida.
O samba do Raphael - como pode? Tão pequeno, nem aprendeu ainda a se manifestar utilizando a liguagem oral. Mas a corporal... ah, nessa você dá um show. Está é uma fase muito especial, pequeno. Quem dera eu conseguisse me manifestar de forma tão fidedigna na linguagem corporal como você faz. E faz com maestria, como se já tivesse nascido sabendo. Como se fosse seu
status quo. E talvez seja mesmo. Ignorância nossa, dos adultos, que um dia também soubemos assim nos manifestar. Mas nos perdemos no meio da sedutora linguagem das palavras. Vocabulário, ortografia, concordância.
Ah, filhote. Cá estou eu mais uma vez voltada para devaneios em vez de ir direto ao ponto. Você deve estar se perguntando: "Mas mamãe (sim, adoraria que você me chamasse assim, M-A-M-Ã-E!), e o 'meu' samba?". Isto se tiver tido a paciência de ler após a segunda frase da introdução.
O seu samba, filho, nada mais é do que uma forma, muito charmosa (diga-se de passagem), que você encontrou de manifestar sua satisfação com o que quer que seja - isso mesmo, Raphael: do alto de seus 15 meses de vida, você protagoniza um sambinha encantador à menor manifestãção de satisfação. Mal aprendeu os primeiros passos e já samba.
Podemos citar alguns exemplos:
=> Raphinha, toma um pedaço de chocolate! Antes sequer de vir em nossa direção para buscar o chocolate, lá está você sambando.
=> Raphinha, papai chegou! É só ouvir o assobio do papai à porta e se inicia um sambinha descolado.
=> Rapha, vamos passear! Antes de correr para porta, você se prepara e faz o seu samba.
Eu e seu pai nos enchemos de orgulho de tamanha façanha.
E também nos divertimos à beça com a sua diversão.
Esse é o caminho, filhote. Tente não perder essa espontaneidade em sua vida adulta e você já estará no lucro.
Mamãe e Papai.
