"Não existem garantias. Sob a perspectiva do medo, nada é suficientemente seguro. Sob a perspectiva do amor, nada é necessário".
Emmanuel


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Saudades

Você provavelmente irá me chamar de eterna saudosista, meu filho, e eu serei obrigada a concordar com você. Eu sinto saudades imensas de você dentro da minha barriga, momentos preciosíssimos: de manhã eu já anunciava ao seu pai: "Neném acordou!". E um sorriso largo inebriava nossos lábios.
No trabalho, nas viagens, no avião, a cada instante você conseguia me encher de felicidade com seus chutes, pontapés e espreguiçadas. Sinto saudades de cada consulta médica, de cada imagem que eu via no ultrassom, de cada manifestação que denunciava a sua existência dentro de mim.
Tenho saudades imensas também do dia do seu nascimento. Os momentos de espera com as suas avós (Beth e Nazinha), a troca de mensagens com os entes queridos, a senha para acompanhá-lo no berçário virtual, a espera no pré-parto, a visita inesperada da Virgínia, o carinho da dra. Wanessa, o equipamento que monitorava em tempo real os seus batimentos cardíacos e a intensidade das contrações, as contrações, a sala de parto, o nascimento - do outro lado do vidro assistiam vovó Beth, vovó Nazinha e tia Thaís.
O reconhecimento - meu e seu. Você chegou, chorou e se aquietou em meu peito.
"Que menino bicudo", dizia seu pai. "Que estranho momento incomparável..."  provavelmente pensávamos nós dois (ou nós três?).
Eu tenho saudades de você chegando ao quarto da maternidade às 5h30 da manhã, trazido pela enfermeira do berçário - no segundo dia eu acordei ansiosa à sua espera, já com saudades - que novidade.
Tenho também imensas saudades dos seus primeiros dias de vida, das visitas na maternidade, das descobertas que vivenciamos juntos, do meu nascimento como mãe, que se complementa a cada minuto, até hoje.
Todos os dias aumenta a lista das saudades - dos seus murmurinhos constantes, da boquinha torta buscando "mamá" quando está com fome, das cabeçadas no meu peito na hora de amamentar, dos suspiros de enfado (adoro!), dos gritos de raiva (morro de rir) - embora estes momentos ainda existam! Mas a minha saudade é atemporal; tenho saudade do que me é precioso.
Costumam dizer que os saudosistas são pessoas que supervalorizam o passado em detrimento do momento presente. Mentira, meu filho. Agora mesmo estou vivendo um momento e reconheço a grandiosidade dele. Mas confesso que daqui a pouco vou estar morrendo de saudades.
Mamãe.


4 comentários:

  1. Querida prima,

    Genial a idéia do blog para nosso querido Raphael! Quase chorei ao ler este texto da saudade que você escreveu pra ele... você é muito especial e com certeza passará isso para seu filho, o tornando tão especial quanto você! Linda a foto de sua barriga, linda a foto com o papai coruja (que ainda não conheço), lindo o blog, lindos os dizeres, lindo o Raphael! Parabéns ao três! AMO MUITO!

    ResponderExcluir
  2. Nossa!!! AMEI as fotos...simplesmente maravilhosas...
    Quanto ao saudosismo em relação ao passado... O Tatá é um verdadeiro adepto desse pensamento...

    As vezes pedimos coisas que não sabemos agradecer... mas ai... a vida nos oferece, como que sem querer pessoas como vc... com certeza sou muita grata pela sua presença e do Raphinha em minha vida...

    ResponderExcluir
  3. Amiga,
    Você é realmente demais!
    Parabéns pela linda família... Deus os abençõe eternamente.
    Beijos.

    ResponderExcluir
  4. Tia Ju morreu de chorar com esse texto, não só pela singeleza das palavras, mas pq se identificou imediatamente com elas e já está com saudades do seu pequeno Quique.

    ResponderExcluir